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Emoção e confusão marcam o Endurance em Aldeia da Serra
São Paulo, 9 de outubro de 2012

O GP da Independência, terceiro endurance da temporada 2012, do Campeonato Speed Monters de Kart, tinha tudo para ser uma prova excepcional. Para a corrida realizada no dia 15 de setembro, no Kartódromo Internacional de Aldeia da Serra, as equipes se estruturaram material e estrategicamente, os pilotos se prepararam física e psicologicamente, e o kartódromo, um dos principais circuitos do estado de São Paulo, ofereceu toda a estrutura necessária, com karts novos e um sistema inédito de troca de bico de carenagem, que permitia a cada equipe correr toda a prova sempre com o mesmo número de kart. Enfim, tudo estava preparado além das expectativas, não fosse o imponderável! Um defeito no sistema eletrônico de contagem de voltas em alguns karts gerou um resultado final de corrida que acabou contestado por algumas equipes, dando origem à mais longa e complexa investigação de um resultado de prova, encarada pelos organizadores do Campeonato.

Ainda durante a corrida, o defeito no sistema foi percebido não só por algumas equipes mas também pela estrutura de fiscalização das trocas de pilotos que foi realizado de dentro dos boxes. O resultado final, no entanto, não batia com a percepção de algumas equipes, pilotos e fiscalização de box, mas foi aceito como válido e solicitada a investigação por parte de duas equipes: Preto Fosco e Scuderia Lolla. Para elas, a equipe TAZ, apontada com vencedora da prova, teria terminado, na verdade, na terceira ou quarta posição.

A partir daí, já no domingo, 16 de setembro, a organização do Campeonato acionou a direção do Kartódromo Internacional de Aldeia da Serra informando sobre a decisão de se investigar o resultado da prova e solicitando uma análise dos registros de telemetria.

Muita gente

Ao longo dos seis anos de existência do Campeonato Speed Monsters de Kart, nunca uma investigação de arrastou por tanto tempo – 20 dias – e envolveu tantas pessoas. Ao todo, 14 pessoas foram ouvidas ou envolvidas na investigação: os pilotos Julio Moré, Alê Mora, Marcos Takuma, Rodrigo Santos, Alan Giorgiani (responsável pela fiscalização de box no dia do endurance), Daniel Lima, Marcos Takuma, Paulo Gusmão, Armen Loussinian, Marcio Alcântara e Talles Gusmão, que foi ouvido mesmo estando fora do País. Além desses, também estiveram envolvidos na investigação, Fernanda Thomé, proprietária do Kartódromo, Leilton Martins, o gerente e Jeremias de Almeida, diretor de prova. “Minha preocupação foi buscar a maior quantidade de informações, das mais diferentes vertentes, que nos conduzisse ao verdadeiro resultado. Naturalmente eu sabia que havia muitas limitações e que, se não houvesse como recuperar dados que, cruzados com os depoimentos, apontassem para conclusões consistentes, não se chegaria a nenhuma conclusão que não aquela apontada ao final da prova”, disse Marco Rossi, responsável pela condução das investigações.

Pela demora nas investigações, algumas equipes foram incisivas nas cobranças por resultados. Em seu blog, o piloto Binho Valente foi duro ao criticar a demora nas apurações e questionou: “Por acaso a decisão foi para o Supremo?”, numa referência ao Supremo Tribunal Federal, última instância do judiciário. A equipe Biancolor também cobrou agilidade na apuração. “Mas, a maior pressão foi de nós sobre nós mesmos. Nos menores detalhes do Campeonato sempre primamos pela imparcialidade e igualdade de condições para todos que dele participam. Então, o que menos nos preocupou foi o tempo que esse processo levaria. Cobrança é uma prerrogativa de todos os pilotos, e eles fazem isso muito bem”, comentou Rossi.

1 + 1 = 3?

Ao longo do endurance, alguns pilotos apontaram para troca de posições no placar, sem que tivessem sido ultrapassados por alguém. Nos depoimentos feitos pelos pilotos, ao longo da investigação, este episódio foi citado algumas vezes.

“Na última ‘perna’ da prova, aparecíamos como terceiros colocados. Eu não sei como, mas do nada caímos a quarta colocação, sendo que não fui ultrapassado”, apontou o piloto Marcio Alcântara.

“Me lembro que eu estava em segundo, no telão do kartódromo, e do nada cai para terceiro achei estranho pois ninguém, absolutamente ninguém me ultrapassou e a TAZ subiu para primeiro”, declarou Alan Giorgiani em seu depoimento.

“O Fabinho (Fábio Valente) entrou muito bem, rodando na maior parte das vezes na casa dos 52 (segundos) baixo, durante pelo menos 35 minutos. Chegou inclusive a fazer a volta mais rápida da prova. Logo passou o Talles e fez duas ultrapassagens na pista sobre o kart da TAZ, talvez uma no JJ e a última no Júlio. Ou seja, para o resultado final a nossa equipe ter ficado uma volta atrás deles (TAZ), teríamos que ter perdido muito tempo nos boxes na hora das trocas, mas isso não aconteceu”, relatou Alê Mora.

“Quando o Fábio (Fábio Valente) entrou na pista, com a troca, caímos de posição e fomos subindo gradativamente até chegarmos ao terceiro lugar, Não lembro as equipes que estavam na nossa frente, mas elas teriam que parar. Na troca de piloto de uma destas equipes, nossa equipe subiu para a segunda posição e logo em seguida, sem ser ultrapassada por ninguém na pista caiu para a terceira novamente. Olhei no monitor do fiscal e percebi que a equipe TAZ estava duas voltas na frente de todos”, declarou Rodrigo Santos.

“Quanto à Lolla (Scuderia Lolla), se tinha uma volta a menos ou não, para mim fica claro que chegamos na frente em função do Alan ter cruzado a linha de chegada seis segundos atrás, porque, com apenas 20 minutos de prova não acredito que Alan pudesse ter rodado quase 45 segundos mais rápido do que eu, que estava fazendo ótimas voltas. Se estavam na frente realmente, na terceira etapa, é provável que tenham perdido uns 8 ou 10 segundos em algum lugar e ficado para trás. Já o fato desta volta ter existido ou não, coloca a Lolla numa posição à frente, ficando em segundo”, disse Julio Moré em seu depoimento.

Com os depoimentos em mãos, ficava claro que havia ocorrido algum erro de cronometragem e a tentativa de consertá-lo durante a prova, poderia ter alterado o resultado final da corrida. Diante deste forte indício, com a planilha original da corrida em mãos, a organização se reuniu com o piloto Paulo Gusmão para uma a análise dos resultados nela contidos. Cálculos feitos e refeitos, foi levantada a média aproximada de cada uma das equipes e os indícios apontavam que a volta a mais, dada à equipe TAZ sobre a Preto Fosco, era algo praticamente impossível de ter ocorrido em condições normais de corrida. Era quase uma conta de 1 + 1 = 3! A dúvida ficava, no entanto, ainda permanecia sobre as duas voltas a mais sobre a Scuderia Lolla, que, com os dados daquela planilha, não era possível era possível tirar uma posição conclusiva.

Este laudo técnico parcial, juntado aos depoimentos dos pilotos, foi encaminhado à direção do kartódromo que já vinha fazendo a recuperação dos dados da corrida. A resposta final à investigação veio na última sexta feira, 5 de outubro, em laudo final emitido pelo Kartódromo Internacional de Aldeia da Serra, cujo teor se segue:

“Prezado Sr. Marco Rossi Segue o resultado do endurance realizado no dia 15/09/2012, ressaltando que houve uma falha no transponder (sensor) do kart nº13, com o crédito de 2 voltas a mais, beneficiando a equipe TAZ que, no relatório da cronometragem final da corrida aparecia como 1º colocada. Na realidade, a equipe vencedora foi a PRETO FOSCO, com 131 voltas, com a SCUNDERIA LOLLA em 2º lugar, e a equipe TAZ como 3ª colocada. OBS: O problema ocorrido com o resultado se deveu ao fato de ter sido colocada volta manualmente para o kart nº13, porque o transponder (sensor) falhou e numa mesma volta marcou 2 voltas a mais, beneficiando a equipe TAZ. Isso colocou a equipe com 2 voltas acima das demais, ficando na frente da equipe PRETO FOSCO e SCUDERIA LOLLA. Portanto, o problema ocorrido foi pontual e limitou-se ao transponder do kart nº 13. Segue anexado o resultado corrigido, qualquer duvida estamos a disposição. Leilton Martins Kartódromo Aldeia da Serra Ltda”

Diante do esclarecimento, o resultado final da prova de endurance do GP da Independência fica o seguinte: 1º lugar, Preto Fosco; 2º lugar, Scuderia Lolla; 3º lugar, TAZ; 4º lugar FManzi; 5º lugar, Biancolor; 6º lugar, Boxnet; 7º lugar, Lipocenter; 8º lugar, ARS Express; 9º lugar, Capak S/A; 10º lugar, Megatron; 11º lugar, GPoint; 12º lugar, Royal Racing; e 13º lugar The Jones.